quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Feminismo e Machismo, qual é o limite?

Sei que demorei , o quê, um ano? Sei lá, mas vim escrever porque senão, eu caio na famosa depressão, a maldita que baixa meu humor com qualquer coisa.
Primeiro, eu me mudei, WEEE! E pra um lugar melhor, e não, não é o céu, ainda estou viva.
A questão é, tenho um professor de química que é muito legal, mas hoje, ele teve de resolver umas coisas.
Basicamente, ele e a família iam viajar, mas enquanto ele ficava em casa, tomando banho, a esposa foi buscar as filhas de carro. No caminho, um louco correndo com mais de 100 km por hora bateu e quase mata ela, mas ficou bem quebrado. Os policiais viram que ele estava sem documento da moto, com drogas e tal, mas não anotaram.
Meu professor e ela deram ajuda, pagaram um monte de coisas, como hospital do cara, o carro que quase foi totalmente destruído, etc. Aí vem o pai do garoto chamando ela de ***** (adjetivo pátrio, não incluo aqui mas aviso que é de estado) filha da p*** (isso não é adjetivo pátrio, tá mais pra profissão).
As irmãs do cara explicaram que o pai era machista, nunca deu atenção pra elas e que o garoto de 33 anos era praticamente uma dondoca, não terminou estudo, não trabalha e nem casou, é sustentado com prazer pelo pai (o que me dá ideia de que o cara é apaixonado pelo próprio filho, tá quase uma esposa burra que sustenta o marido vagabundo). Tá.
Dois meses depois, o cara dondoquinha (que vou apelidar de vadia, porque tenha dó, ele vai se ofender mais assim e merece ser ofendido depois de tamanho egoísmo, hipocrisia e nojentice) chega e processa a mulher que ele atropelou e que deu assistência no hospital, alegando que ela não fez isso, e não tinha nem anotações sobre como ele estava quando bateu (não me refiro às partes quebradas, e sim às drogas e a ausência de documento). E o pior, a justiça só seria feita se ou ele tirasse a queixa, ou eu arranjasse um matador de aluguel pra deixa-lo irreconhecível, queimado, e com os membros (sim, todos, inclusive o que "o faz homem", na teoria, porque isso não é homem, é uma vadia (não, não estou xingando os gays, na verdade, chamá-lo de vadia xinga as próprias vadias, coitadas, mas não tenho palavra melhor) arrancados e esfacelados.
Pena que não conheço nenhum e nem tenho dinheiro pra isso. D:

A outra coisa que me deixou chateada: Qual é o limite para o machismo e para o feminismo? Tantas piadas "mulher no volante, perigo constante", dando a ideia de que pra bater o carro, basta ser mulher, e uma garota da sala se encarnou comigo.
Pra terem uma ideia, ela tem uma arma de choque e já matou um pombo com a dita cuja, quando estava de TPM, porque ele fez cocô no pé dela. Primeiro, quem é o louco que deu esse troço pra ela? Segundo, o pessoal meio que toma cuidado com ela, mas eu não tenho medo, porque se ela sequer encostar aquele troço em mim, minha mãe com certeza vai processá-la. E ela não é um deus, pelamor! ¬¬ Nem uma ditadora, e mesmo que fosse essa última, eu não ia deixar de ser quem sou somente para agradar, sei que mesmo assim ela não ser menos cruel comigo, então pelo menos sou uma mártir e não uma simples vítima.
Bem, antes do professor contar o que aconteceu, ele contou no fim da aula isso lá de cima, chegamos a um assunto de carro e o professor comentou de forma bem-humorada que as mulheres não se interessam muito por carro. Aí, eu, que sou gaiata por natureza e talvez  genética graças ao meu tio e minha bisavó, comento que as mulheres se interessam sim, pra batê-los.
E antes que alguém reclame, é comum ouvir que a mulher estava bêbada, drogada ou quase dormindo quando bateu com o carro? Não. E o homem? Sim. Então a mulher faz sem querer ou na raiva (vide TPM), e muito raramente se deixando inconsciente (, e o homem faz se deixando inconsciente ou por querer (raiva, ou TPM masculina), ou sem querer (vem um doido como o de lá de cima e se mete na frente quando tava tudo certinho, a mesma coisa no sem querer da mulher. No sem querer masculino também inclui falta de uma noite de sono). Mas quando é homem, é porque estava com raiva, dormiu, bebeu, se drogou ou foi um acidente. E quando é mulher... É porque é mulher, primeira coisa que as pessoas pensam.
Tem problema brincar tão perto do limite, e ainda sim, não ultrapassá-lo? Eu não ofendi ninguém, não me referi a ninguém. Eu disse que eram elas em geral, não todas, mas algumas sim. Em geral tava implícito, quase óbvio, só faltava uma faixa em néon, porque eu não falei todas as mulheres, e sim as mulheres, em geral. Matei alguém? Alguém se ofendeu? Eu disse claramente que não tem exceções, nesse caso, que não tem grandes exceções que quase dividem as mulheres em categorias, disse?
Não.
NÃO! Eu não fui machista, eu falei algo que está no imaginário, no primeiro pensamento que vem à cabeça da pessoa quando ela ouve tal notícia. Eu tirei onda com a ideia que, de acordo com as pessoas em geral (novamente, em geral, não são todas), a mulher faz isso por ser mulher, e que talvez elas fizessem de propósito (isso na minha mente, se eu acreditasse que mulher no volante é perigo constante. SE. Não coloquem palavras na minha boca ou ideias no meu pensamento.
Aí vem a garota, que matou um pombo por não conseguir se controlar, que parece gostar de deixar claro que pode fazer isso com uma pessoa (e vai ser processada e presa, digo e repito, se fizer isso), e diz que eu sou machista?
Eu, que brinquei de boneca com meninos (o que pra um(a) machista, é o fim dos tempos)? Eu que comecei a abster minha mente desse negócio de gênero?
Melhor, almas têm gênero? Alma é mulher e Almo é homem? Gramo é uma planta (espere, um planto) macho? Barato é o marido da barata? Andrea é, em todas as nacionalidades, nome de mulher?
Se eu nunca vi alguém se referir à cobra macho como "cobro", não me sinto na obrigação de separar tudo em gêneros obrigatórios, e por isso, estou mais pra realista do que machista, é assim que as pessoas em geral pensam, não é obrigatório eu pensar assim pra falar disso. Se a feminista começar a explicar sobre o machismo, no que consiste, ela deixa de ser feminista por estar explicando um conceito "rival"?
Afinal, qual é o limite? Eu deveria começar a usar roupas que confundisse as pessoas sobre meu gênero pra poder me expressar como eu me sinto, o que penso e o que vejo pensarem?
Não sou o que chamam de lésbica, sapatão. Se for pra especificar, sou hétero, mas gosto de meninos fofinhos ou compreensivos. Só que admiro mais uma boa amizade. Quando amor começou a envolver o gênero tanto assim? Afinal, amor não é uma receita de bolo como mulher + homem = amor = casamento = filhos = "abençoado pela sociedade por Deus, Allah, e tudo mais. Deveria ser algo como companheirismo + confiança + tolerância + amizade + admiração + uma pitada de atração = amor. É o que acho.
Eu sou anormal por pensar assim? Eu só acho que, independente de gênero, amor quando correspondido não deve ser barrado. O gênero não nos impedir de amar, assim como, que nem o meu caso, não deveria impedir de esquecer os problemas e rir.
O padre Feliciano, os machistas, as feministas, Deus, alguém iria me recriminar tanto assim só pelo fato de eu me abster do gênero e deixar de ver as pessoas como homem e mulher para vê-los como espíritos encerrados em corpos para evoluir? Isso seria machista, feminista, ou o quê?
Comentem o que quiserem, mas me respondam, eu sou anormal por pensar assim? Deveria ser queimada numa fogueira ou crucificada e desmembrada por um pensamento que só está tentando compreender? Por quê?