sábado, 27 de outubro de 2012

Antichlorobenzene

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Todo dia era a mesma coisa. Melody fugia pra algum lugar, e eu ficava em casa, só observando. Não importa o quanto fomos próximos uma época, eu só sei que nos afastamos tanto que ela sai por aí, fazendo sabe-se lá o quê.
Ela não percebe que perde alguém querido aos poucos toda vez que tem esse tipo de atitude. Chega! Não quero mais ficar esperando em casa. Vou fazer algo que vai mudar o mundo, em vez de esperar sentado.
Cheguei no parque, umas crianças estavam brincando. Perguntaram pra mim o que eu estava fazendo ali, eu respondi que iria fazer tudo ficar certo. Nunca mais as vi, mas soube que arranjavam seguidores pra mim, que logo batiam na minha porta.
Eu prometia coisas, e a forma que eles me idolatravam era gratificante. Apesar que eu nunca cumpri minhas promessas... E foi aí que tudo desandou. Eles perceberam que eu não as cumpria, e me bateram. Me abandonaram, sangrando, ali no meio da rua.
Por sorte, Melody passava por ali perto, me viu daquele jeito, e me levou pra casa. Em dias, era a primeira vez que eu chegava a ver ela voltando. Eu sempre a via sair, mas não a via voltar, no outro dia ela já estava.
Meru-chan me contou o que aconteceu. Ela não aguentava mais seguir ordens, só fazer o bem. Mas quando fugia, procurava saber o que fazer, perguntava às pessoas, mas nunca era respondida.
- Sunny, o que é o bem? O que é o mal?
- Eu não sei...
E não sabia mesmo.
Afinal, isso que chamam de vida é tão cheio de inimigos, tristeza, dor, futilidades e frustração... Tantas leis, regras, ordens, para não chegar a lugar nenhum, ou apenas estender a estrada.
É tão difícil... Quando eu quero parar tudo, mas nem isso é permitido, e acabo perdendo tudo. É tão doloroso, quero que esse tipo de ordem desapareça, e que eu possa sair e gritar com toda a minha força, sem que me olhem com esse olhar de quem tudo e todos julga.
- Irmão, se eu quebrar as regras, alguma coisa nisso vai mudar? Aliás, de que vale minha vida? Eu não sei de mais nada...
Eu ouvia as divagações em voz alta da Melody, enquanto divagava interiormente.
Aliás, que tipo de ordem mundial é essa? Nascemos, nos matamos de estudar, temos de ter uma vida amorosa razoável e suprir as exigências de alguém que só se importa com nossa aparência, nos matarmos de trabalhar, ferrar uma alma trazendo ao mundo e fazendo o mesmo tipo de exigência que sofrermos, e se não tivermos um infarto, ou é suicídio com antidepressivos e bebida que resulta numa overdose ou aturar uma velha/o chata/o pelo resto de nossa vida. Tudo isso, mantendo as aparências de uma feliz família de comercial de margarina.
- Irmã, existe algum significado pra essa vida?
Ela levou um susto quando interrompi suas divagações, mas não respondeu rapidamente. Pensou por muitos minutos até responder:
- Não existe significado pra essa vida. Só se for... - E calou-se, com uma vermelhidão espalhando-se no rosto.
- Estamos decaíndo... - Dei um riso seco. Ela me empurrou, e quase caí do sofá, mas me puxou de volta e me abraçou.
- Você estava certo, e eu estava errada.
- Dançar em palavras sem sentido é só uma forma de esquecer essa inutilidade que sentimos, não te recrimino. - Lancei um olhar carinhoso para Melody, acariciando seus cabelos loiros escuros.
- Mas deveria. E o que você fazia com aqueles garotos, a ponto de eles te baterem?
- Coisas impossíveis de se perdoar. Acho que apenas se eu desistir de tudo agora, posso ser salvo.
- Não diga isso! - Ela me olhou com aqueles olhos azuis cristalinos, tão semelhantes aos meus, mas que no momento relampejavam. Ela tinha medo de me perder. Eu também não queria perdê-la, mas o que fazer?
- Eu tenho que aceitar, perdoar, irmã, mesmo as risadas, os ciúmes...
- Então por que não faz isso agora? - Melody gritou.
- Não agora, estou cansado. - Carreguei-a em estilo nupcial até o quarto que dividíamos, e a deitei em sua cama, me deitando na minha depois. Antes de fechar os olhos pela última vez naquele dia, perguntei algo sem me referir a ninguém exato, já que minha irmã já ressonava na cama ao lado:
- Nós seremos salvos?

Inspirada quase totalmente nas duas músicas Paradichlorobenzene e Antichlorobenzene, mas me inspirei num drama pessoal que li num blog, (a parte do início, que Sunny reclama da irmã estar perdendo aos poucos uma pessoa querida, ou seja, ele).
Sunny seria a Rin na música (Antichlorobenzene) e Melody seria o Len (Paradichlorobenzene). Num comentário, tem uma pequena explicação da saga Benzene:
eu entendi tudo!:o
benzene:jogo de palavras,sem significado
nitrobenzene:também sem significado
paradichrobenzene:o egoísmo e a mentira só fazem as pessoas sofrerem,
anti-chlorobenzene:Loucura do arrependimento,odio,ciumes,aut­o-satisfação
toluene:Julgamento dos pecados das outras musicas,len e´um idiota egoísta com ego cheio de inveja ciumes e auto-satisfação,rin faz a mesma coisa que ele ao ficar furiosa com as atitudes dele
MORAL:esses pecados s[ó trazem sofrimento e tristeza para as pessoas.

Entenderam? Eu não entendi muito, só a parte das músicas legendadas. Os outros ainda não vi.
A parte que escrevi sobre a ordem mundial, foi mais minha opinião, okay? Pra mim não tem sentido sacrificarmos tanto para seguir exigências que nem sempre nos dão um final feliz. Por que acham que existe tantos anti-depressivos e tanto suicídio por parte dos países que mais seguem essa ordem? Os únicos que ficam felizes são quem lucra com essas mortes, que de acordo com algumas teorias polêmicas (mas que até fazem sentido, às vezes) são os Illuminati. Por que não mudar essa forma limitada de seguir a vida?

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